Todos querem, todos têm e dizem que os outros não têm?
ÉTICA.
Essa é uma das palavras da moda. Dizem que o mercado, os concorrentes, as empresas, os políticos, os americanos, os publicitários, os outros não têm ética.
Mas o que é isso que os outros não têm e que todos dizem ter?
A resposta está nos valores morais. Só que valores morais são primeiramente valores pessoais. O que não for igual a minha verdade pessoal é anti-ético, o que não é ao meu favor é anti-ético, ou seja, tudo que não for da forma como penso é anti-ético.
Pensando dessa forma criaremos um mundo corcunda onde todos só olharão para o próprio umbigo.
Mas qual é a solução para a ética?
A história e a educação podem alicerçar os valores éticos de uma sociedade.
Isso me lembra dois casos.
O primeiro me deixou revoltado por sua visão maniqueísta onde tudo tem somente dois lados: o totalmente certo e o totalmente errado.
O nosso XV de Piracicaba tem uma tradição que vem desde 1913, e nesse tempo viveu glórias e desilusões. Num passado recente muito mais desilusões, mas no presente existe um grande esforço para voltar aos tempos de glória.
O que me admirou foi uma “futura profissional de comunicação” dizer que o XV não tinha nada de bom, não tinha jeito nem solução e que era anti-ético ressaltar os vários lados positivos da tradição do XV e do trabalho que está sendo desenvolvido.
Qual é a ética dessa postura?
O único “valor” que vejo é o fatalismo, onde tudo é assim e vai ficar do mesmo jeito ou pior. Com esse valor não adianta fazer propaganda ou planejamento estratégico, pois é assim e vai piorar.
O segundo caso é uma história de deseducação.
Deseducação porque um professor universitário responsável pela formação ética profissional disse aos seus alunos que a profissão que eles escolheram foi feita para enganar, ludibriar e para usar de todos os artifícios possíveis a fim de tirar o dinheiro dos consumidores, onde o mercado é animal e é preciso ser agressivo para tirar o seu quinhão o mais rápido possível antes que o outro o faça, não importando os meios, mas o fim de curto prazo.
E esse conceito se espalha no mercado, onde as pragas da sociedade são os ladrões, os políticos e os publicitários. E na visão desse professor é tudo a mesma coisa.
Eu vejo valores diferentes, não compartilho da visão fatalista, sou muito mais da visão sonhadora onde tudo vai melhorar. E sei que vou fazer a minha parte nessa evolução.
Eu vejo a minha profissão como um benefício para a sociedade, onde podemos identificar as necessidades do consumidor e oferecer produtos e serviços melhores a preços compatíveis.
E eu vejo que a propaganda e o marketing são muito úteis para a sociedade, pois faz aumentar as vendas, aumentar a produção, gerar renda e emprego.
Até acho que os publicitários podem ser comparados com os políticos, pois sei que tem publicitários excelentes e políticos ...
Bem, eu já disse que era sonhador.
Marcelo Filik
Stratégika - Marketing de Resultados